China pode taxar Estados Unidos em US$ 60 bilhões

4 de agosto de 2018 às 0h00

São Paulo/Washington – O Ministério do Comércio da China anunciou que pretende impor tarifas entre 5% e 25% sobre US$ 60 bilhões em produtos importados dos Estados Unidos (EUA). Pequim afirma que sua medida é “racional e contida” e que a implantação ou não dela dependerá das ações dos EUA. “Qualquer ameaça ou chantagem unilateral levará apenas à intensificação dos conflitos e prejudicará os interesses de todas as partes”, afirma um porta-voz da pasta em nota. “A China sempre acredita que a consulta em uma base de respeito mútuo, igualdade e benefício mútuo é um modo eficaz de resolver diferenças comerciais”. O governo chinês diz que os EUA têm “repetidamente” provocado uma escalada nas tensões comerciais, “apesar dos interesses de empresas e consumidores” dos dois países. Nesse quadro, argumenta que precisou adotar medidas retaliatórias “para defender a dignidade do país e os interesses do povo, o livre-comércio e o sistema multilateral e os interesses comuns de todos os países do mundo”. No início da semana, o governo do presidente Donald Trump disse que os EUA podem impor tarifa de 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Alerta americano – Após o anúncio chinês, o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, alertou o país oriental, ainda na sexta-feira (3), a não subestimar a determinação do presidente Donald Trump na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, demonstrando pouca preocupação com a ameaça de Pequim de impor tarifas retaliatórias sobre US$ 60 bilhões em produtos dos EUA. “É melhor não subestimar o presidente”, disse Kudlow em entrevista à Fox Business Network. “Ele permanecerá firme”. A China anunciou tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos, de gás natural liquefeito (GNL) a algumas aeronaves, e alertou para outras medidas, sinalizando que não recuará na guerra comercial com Washington. Kudlow, que dirige o Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que a China está cada vez mais isolada na arena comercial, com Washington se movendo em direção a acordos comerciais com a União Europeia (UE) e com o México. “Estamos nos unindo com a União Europeia para fechar acordo com eles, então teremos uma frente unida contra a China, e eu acho que a maior parte de nossa equipe comercial lhe dirá que estamos nos aproximando do México”, destacou ele. “A China está cada vez mais isolada, com uma economia fraca”. Os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre o comércio, na semana passada, sob o qual Washington concordou em não colocar novas tarifas sobre as importações da UE, evitando possível arrecadação de 25% sobre as importações de automóveis que o governo Trump vinha considerando. Kudlow também informou à Bloomberg Television que os Estados Unidos e a Europa estão fazendo progressos em suas negociações comerciais e poderão anunciar alguns acordos no próximo mês.

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