Espaço inclusivo difunde a arte mundial

7 de julho de 2018

Inaugurada em fevereiro de 2006, a Casa Fiat de Cultura tem grande importância cultural em Belo Horizonte e Minas Gerais. Ao longo dos 12 anos de funcionamento, o espaço é utilizado para difundir e apresentar grandes coleções e exposições de renomados artistas e movimentos artísticos do Brasil e do mundo. Com papel inclusivo, o espaço cultural já recebeu mais de 2 milhões de visitantes, que puderam apreciar e discutir as exposições, e mais de 350 mil pessoas já participaram dos projetos educativos desenvolvidos no espaço. A Casa Fiat de Cultura foi um presente da Fiat para os brasileiros, em comemoração aos 30 anos da empresa no País. De acordo com o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, a criação do espaço nasceu da necessidade de Belo Horizonte ter um centro cultural que recebesse importantes exposições e obras artísticas e permitisse mais acesso da população. A primeira sede da Casa Fiat ficava no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Durante minha carreira na Fiat, sempre pensei na possibilidade de a empresa criar um centro de cultura para Belo Horizonte e para Minas Gerais. Quando Cledorvino Belini assumiu a presidência da Fiat, ele me perguntou se eu ainda tinha interesse no projeto e me ofereceu o desafio. Então, foi cedido um imóvel que pertencia à Fiat, localizado no Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Fizemos um projeto muito bom. No primeiro momento, houve muita descrença em relação ao projeto. As pessoas acreditavam que em Belo Horizonte não haveria público interessado nas atividades e exposições que queríamos apresentar”, pondera Pereira. LEIA MAIS Fiat: uma história que se confunde com a de Minas Pioneirismo no uso de biocombustíveis ENTREVISTA | Antonio Filosa, Presidente da Fiat Chrysler Automobiles A carência de espaços dedicados à arte e à cultura na capital mineira ficou evidente logo na primeira exposição. Pereira explica que, na inauguração, em fevereiro de 2006, a Casa Fiat trouxe para Minas Gerais a exposição “Arte Italiana do Masp na Casa Fiat de Cultura”. A mostra teve como objetivo apresentar obras raras que marcaram a história da arte italiana. Além das pinturas e esculturas em mármore provenientes da Itália, peças arqueológicas originárias da Magna Grécia, da Etrúria e do período da Roma antiga, uma série de cerâmicas chamadas maiólicas e também livros raros da biblioteca do museu foram apresentadas ao público. “Embora a localização da Casa Fiat fosse distante das áreas centrais de Belo Horizonte, a primeira exposição atraiu 40 mil pessoas. A “Arte Italiana do Masp” foi um marco, por ser a primeira exposição, e definiu que a Casa Fiat tinha cultura e que Belo Horizonte, é claro – eu já sabia -, tinha um amplo público interessado”, explicou Pereira. A partir da inauguração, muitas foram as exposições. Entre 2006 e 2018, a Casa Fiat de Cultura apresentou 43 exposições, nas quais exibiu mais de 2 mil obras de arte, além de nove mostras itinerantes, que contemplaram as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Buenos Aires. São oferecidas ao público, também, palestras, concertos, lançamentos de livros, oficinas, cursos, formação de professores e ateliês abertos. Nos últimos 12 anos, os visitantes da Casa Fiat puderam, de forma gratuita, conhecer e discutir obras de renomados artistas como Caravaggio, Chagall, Rodin, De Chirico, Aleijadinho, Amilcar de Castro, Portinari, Tarsila do Amaral entre outros. O público recebido no espaço é bem variado, incluindo visitantes de todas as idades e classes sociais. Em 12 anos, mais de 2 milhões de pessoas visitaram as exposições e mais de 350 mil participaram das atividades educativas. Pereira assinala alguns pontos altos da história da Casa Fiat de Cultura, como as exposições: Mundo mágico de Marc Chagall – O sonho e a vida (2009), Speed – A Arte da Velocidade (2007) e Caravaggio e seus seguidores (2012). “Tivemos coisas maravilhosas. A exposição de Chagall, por exemplo, foi muito completa, uma das melhores e maiores, com todas as manifestações, todas as técnicas, estilos e fases da pintura e da arte de Chagall. A mostra reuniu obras de colecionadores de quatro continentes. A exposição de Caravaggio trouxe pela primeira vez ao Brasil a obra do artista de forma organizada e extensa. Temos a pretensão de dizer que mostramos ao Brasil quem era Caravaggio. Destaco também a exposição Speed – A Arte da Velocidade, que mostrou o futurismo italiano junto com a história do automóvel e da locomoção”. NÚCLEO FACILITA ACESSO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA A busca constante pela inclusão fez com que, em 2017, fosse criado, dentro do Programa Educativo, o Núcleo de Acessibilidade. O objetivo é incluir nas exposições e na programação da Casa Fiat de Cultura atividades para que pessoas com necessidades especiais possam participar de forma ativa. Dentro dos serviços estão o atendimento em libras e audiodescrição, materiais em braile e exercícios sensoriais. A coordenadora do Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura, Clarita Gonzaga, explica que o espaço sempre contou com uma série de ações voltadas para o público com deficiência que garantiam a mobilidade e o acesso à informação. Porém era necessário avançar para proporcionar a esse público a experiência da arte. Nesse sentido, foi criado o núcleo para o desenvolvimento de pesquisas sobre o assunto e o público com necessidades especiais, que frequenta a Casa Fiat, passou a opinar sobre formas de melhorar o acesso e o entendimento em relação às obras de arte. No Núcleo de Acessibilidade, atendimento é feito em libras e audiodescrição, em braile e com exercícios sensoriais “Com o trabalho, passamos a entender as necessidades do público e todas as ações desenvolvidas têm partido das conversas com o usuário com deficiência. Tentamos pensar também na acessibilidade no sentido amplo, que funcione para o público com deficiência tanto quanto para o público regular”. O trabalho destaque do Núcleo de Acessibilidade foi desenvolvido em 2017, com o lançamento das técnicas de acessibilidade direcionadas para o quadro “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, arquivo permanente da Casa Fiat. O painel é uma pintura de paisagem que conta a história da transferência da capital de Minas Gerais de Ouro Preto para Belo Horizonte. Com o objetivo de criar a experiência para os visitantes com deficiência, foram construídas três peças retratando a obra de Portinari. Percebendo a composição – Uma das peças trata da estrutura do painel, que é composto por 12 placas, que foram reproduzidas, permitindo que as pessoas entendam como é a composição. A segunda peça é para pessoas com baixa visão, onde foi feita a saturação das cores do painel. A terceira peça foi laminada em sete planos do painel, que foram recortados e sobrepostos. Com isso, as pessoas conseguiram ter a sensação tátil de como a paisagem foi construída e a sensação de profundidade na pintura. “O resultado tem sido muito legal. As pessoas falaram que realmente estavam compreendendo o que é uma pintura de paisagem. Desde então, estamos trabalhando no sentido de buscar as pessoas, conversar e compreender qual a experiência que elas querem”, contou Clarita. DESDE 2014, ENDEREÇO É NO CIRCUITO LIBERDADE Com patrocínio das empresas do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e Case New Holand (CNH Industrial), a partir de 2014 a casa de cultura passou a integrar o Circuito Liberdade. A mudança ocorreu após restauro do edifício do Palácio dos Despachos, que é tombado pelo patrimônio estadual e municipal. O espaço foi totalmente adequado às diretrizes museológicas de climatização, iluminação, segurança, incêndio e acessibilidade, para receber exposições e acervos dentro de padrões internacionais. Com a transferência para a Praça da Liberdade, a Casa Fiat de Cultura ficou mais próxima do público e os trabalhos educativos e inclusivos desenvolvidos pela entidade ganharam ainda mais força. O presidente da entidade, José Eduardo de Lima Pereira, explica que o Programa Educativo é a chave do sucesso, por promover a inclusão social. Na Casa Fiat, para cada público é adotada um abordagem especial que tem como objetivo oferecer acesso às crianças, jovens, adultos, idosos e públicos especiais, e atender às necessidades de cada grupo. Escolas públicas – “Nossa atividade mais importante é a educativa, esse é o nosso fim e as exposições são o meio. Quando escolhemos os jovens e as crianças, principalmente das escolas públicas, nós definimos nosso perfil e nosso futuro. Com o programa, trazemos para a galeria, onde está uma exposição internacional, crianças e jovens que nunca tiveram a oportunidade de ir a um cinema, jamais viram uma exposição de arte e que raramente frequentam um shopping center”. Ainda segundo Pereira, ao oferecer aos jovens a dimensão de propriedade, uma vez que eles são bem recepcionados e podem ficar à vontade no espaço, garante a eles uma segurança social muito grande e faz com que, nos fins de semana, esses jovens retornem ao espaço cultural com os pais e parentes. “Isso faz da Casa Fiat de Cultura e do público um corte vertical da sociedade brasileira. A Casa Fiat tem um público muito diversificado e recupera a visão integral da sociedade sem marginalizar ninguém. Acho bonito os finais de semana na Casa Fiat com uma grande exposição, quando ocorre a perfusão de sociabilização, igualdade e irmandade que está faltando na cultura brasileira no momento”. LEIA MAIS Polo da Fiat revoluciona a forma de produzir Modelos passam por testes e estudos para garantir a qualidade Capacitação e atualização são prioridades FCA foca em avanços sociais, econômicos e ambientais Espaço inclusivo difunde a arte mundial

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