Há risco de o real se desvalorizar mais diante do dólar até as eleições

19 de julho de 2018 às 0h00

São Paulo – Apesar da relativa calmaria vista no mercado de câmbio nos últimos dias, a percepção de gestores e investidores é que a moeda brasileira pode perder ainda mais valor ante o dólar nos meses antes da eleição, de acordo com pesquisa do Bank of America Merrill Lynch divulgada ontem. Dos entrevistados no levantamento, 49% veem a divisa norte-americana terminando o ano acima de R$ 3,80, ante 34% da pesquisa feita em junho e de apenas 3% em maio. Além disso, 17% veem a moeda acima de R$ 4, ante zero da pesquisa de maio. Na última terça, o também JPMorgan elevou as projeções para o dólar no Brasil e vê a moeda terminando o ano em R$ 3,80, ante R$ 3,60 da estimativa anterior. “As avaliações do real viraram em apenas dois meses”, destaca o relatório do banco norte-americano. Em maio, mais de 70% dos entrevistados viam chance de o dólar ficar abaixo de R$ 3,60 no fim do ano, porcentual que caiu para 38% em junho e ao redor de 10% agora. Um dos fatores que poderiam levar o dólar para esse nível seria a vitória de um candidato pró-mercado, comprometido com reformas. O maior pessimismo com o real foi acompanhado também de maior cautela sobre a bolsa. Apenas 3% dos investidores veem o Ibovespa terminando o ano acima de 95 mil pontos, enquanto 29% veem o principal índice de ações brasileiro abaixo de 75 mil pontos e 23% entre 75 mil e 85 mil. Em junho, 38% viam o índice nesse último intervalo e 10% acreditavam na possibilidade de terminar em mais de 95 mil pontos. “Os investidores reduziram as expectativas para os mercados de ações pela quinta vez consecutiva”, destaca o relatório. Urnas – As eleições são percebidas pelos investidores como um dos maiores riscos para a América Latina neste ano. O maior risco é a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. No caso brasileiro, 77% dos participantes da pesquisa veem menos de 50% de chance de um candidato do centro vencer as eleições. Mesmo assim, 68% ainda acreditam que a reforma da Previdência será aprovada em 2019. Apesar do pessimismo com a América Latina, a visão dos gestores e investidores é que a região ainda terá melhor desempenho no mercado de ações que outros emergentes: 51% veem essa possibilidade, ante 22% da pesquisa de junho. Os gestores e investidores ouvidos para a pesquisa sobre a América Latina administram um total de US$ 121 bilhões e foram consultados entre os dias 6 e 12 de julho.

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