Aethra planeja aportes de R$ 140 milhões em 3 anos

10 de dezembro de 2019 às 0h19

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Do total produzido pela fábrica da Aethra, 85% é destinado ao mercado de automóveis e 15% para caminhões - Crédito: Douglas Magno

O Grupo Aethra, do setor de autopeças, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), planeja investir R$ 140 milhões nos próximos três anos. O aporte será destinado à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e à implantação de linhas de produção, incluindo a compra de equipamentos, e vai ancorar o crescimento estimado da empresa, que prevê alcançar um faturamento de R$ 2 bilhões até 2023.

De acordo com o presidente do conselho administrativo, Pietro Sportelli, o resultado esperado poder ser alcançado até mesmo antes, já que os pedidos se encontram em carteira, mas somente serão faturados quando entrarem em execução. “Se todos os programas das montadoras se cumprirem, alcançaremos o desempenho um ano antes, em 2022”, revelou.

Somente neste exercício, foram investidos aproximadamente R$ 50 milhões nas mesmas frentes de atuação. Já o faturamento esperado é da ordem de R$ 1 bilhão.

Conforme Sportelli, os números têm sido impulsionados pela recuperação do mercado automotivo e de caminhões brasileiro, cuja expectativa é de um crescimento de 3% na produção para este exercício e algo em torno de 10% nos próximos anos. “A retomada do mercado está acontecendo e todas as montadoras estão fazendo pedidos”, comentou.

A Aethra é uma das principais empresas de autopeças do País, com 11 unidades, sendo dois centros de pesquisa, na RMBH, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Argentina. Do total produzido pela fábrica, 85% é destinado ao mercado de automóveis e 15% para caminhões.

Os processos produtivos da Aethra no Brasil incluem mais de 500 robôs e 230 prensas de até 2.000 toneladas – Crédito: Douglas Magno

Para o diretor de engenharia da empresa, Marley Lemos, o diferencial da marca está no processo produtivo. Segundo ele, o formato full service supplier permite fornecer às montadoras sistemas e produtos do conceito à industrialização. “Não fazemos apenas a manufatura, temos capacidade para fornecer a engenharia, o que nos últimos anos, nos permitiu manter o crescimento mesmo diante da crise financeira e do setor”, explicou.

A constante preocupação com a inovação também é um diferencial da empresa. Os processos produtivos incluem mais de 500 robôs e 230 prensas de até 2.000 toneladas, além de avançados softwares industriais e sistemas de controle de qualidade, que constituem o que se acredita ser o maior parque robotizado do setor no Brasil, instalado fora das montadoras.

Para se ter uma ideia, recentemente e após quatro anos de desenvolvimento, a Aethra lançou no mercado um modelo inédito de estampagem a quente (hot stamping). O processo, que dá forma às peças por meio de prensas aquecidas em altas temperaturas, hoje é realizado por meio de fornos, que têm um mecanismo mais lento de aquecimento. A tecnologia criada pelo grupo mineiro dispensa esses fornos e traz agilidade e qualidade para a produção.

Internacionalização – Atualmente, o fornecimento de serviços e produtos de alta tecnologia vai para a indústria automobilística do Brasil e da América Latina, por meio das montadoras. Mas a Aethra já estuda abrir unidades fora do País.

De acordo com o CEO, Rafael Sportelli, o processo deverá ser concluído nos próximos dois anos e ainda depende da negociação com clientes. “Há clientes interessados em produzirmos componentes nos Estados Unidos. Estamos em negociação”, disse sem relevar maiores detalhes.

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