EDITORIAL | Minas Gerais 300 anos

2 de dezembro de 2020 às 0h11

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Crédito: SÉRGIO MOURÃO/SETUR

O DIÁRIO DO COMÉRCIO carrega, em seu propósito, o “fortalecimento de Minas”. E para isso, se propõe a fazer um jornalismo propositivo, crítico e formativo sob os preceitos do Capitalismo Consciente. Mais do que isso, vem provocando a necessidade de uma articulação entre setores e lideranças, para construção conjunta de um projeto de futuro, onde Minas recupere seu protagonismo e se desenvolva de forma a promover uma sociedade mais próspera, justa e igualitária.

Comemoramos hoje, 300 anos da criação da Capitania de Minas Gerais. Mais que um fato histórico, a data de hoje nos dá a oportunidade de resgatar nossa história, entender nosso presente – olhar de frente para ele – e projetar nosso futuro. Com este objetivo, o DIÁRIO DO COMÉRCIO traz, na edição de hoje, um especial que é nossa forma de presentear o Estado. E que se propõe a algumas reflexões – entender nossa história, buscar referências no passado, nos perguntar quando e porque perdemos nossa relevância e protagonismo no cenário nacional. E mais: discutir os caminhos para resgatar e reocupar nosso lugar. Quais são nossos atributos, potenciais e desafios.

Já ocupamos posição de destaque. Já tivemos voz e vez. Não apenas no ciclo do ouro e do café. Fomos capazes de mobilizar e superar crises como no início da década de 1930, quando não se podia mais preservar o modelo econômico da Primeira República e da vocação agroexportadora da economia nacional. “A luta pela implantação da indústria siderúrgica constituiu o grande tema do IV Congresso Comercial, Industrial e Agrícola realizado em Belo Horizonte em 1935, reunindo representantes de todos os setores produtivos da economia regional, e se tornaria a principal bandeira de luta deste jornal nos anos subsequentes”.(…) “Em fins do mesmo ano, em decorrência das mudanças ocorridas no pós-1930, começou a constituir-se em Minas um grupo de empreendedores e técnicos, preocupados em estudar as questões do desenvolvimento econômico do Estado, com vistas a superação do seu atraso relativo”*. Na década de 70, o Estado reverteu a perda de posição relativa no cenário nacional com um processo de adensamento e diversificação da sua estrutura industrial e consolidação de novos setores industriais. Minas tinha, também, relevância política.

Minas Gerais já foi o Estado com a melhor empresa geradora e distribuidora de energia elétrica, a melhor companhia telefônica, o melhor banco – hoje único no País – de Desenvolvimento e, no conjunto, a melhor e mais ativa estrutura de fomento. Não por acaso apresentava, à época, os melhores indicadores de crescimento no País. Desse esforço resultaram marcas notáveis e ainda presentes, porém incapazes de encobrir a involução que os atuais números espelham.

Estamos estagnados. Somos o terceiro PIB – ainda muito dependentes dos setores de mineração, agronegócio e siderurgia -, mas ocupamos o 9º lugar no ranking nacional de IDH. Observamos não só a evasão de nossos talentos, mas também do comando de setores relevantes da economia. Das 50 maiores empresas brasileiras em faturamento, apenas três estão em Minas.

O que nos levou a superar crises no passado e recuperar a posição de relevância? Vários fatores podem ter contribuído, mas sem dúvida, articulação, lideranças visionárias e comprometidas com um projeto de Estado foram determinantes.

Precisamos hoje recuperar também nossa autoestima, valorizando de fato o Estado, quem sabe, aproveitando seus 300 anos recupere o próprio protagonismo, tendo em conta os ativos relevantes que possuímos e que são mal explorados.

É preciso discutir. É preciso articular. É preciso se posicionar!

É preciso estarmos juntos para construir a Minas que queremos. Mas antes, precisamos entender quem somos e qual a Minas queremos. Juntos somos mais fortes. Venha conosco nesta construção!

*Livro Parceiro do Futuro – biografia de José Costa, escrito por Lígia Leite, Maria Auxiliadora de Faria e Nair Costa Muls 

Adriana Costa Muls – Presidente

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